quinta-feira, 8 de julho de 2010
Os cinco venenos
1. veneno da mente : Raiva
2.Veneno da mente: Orgulho
3.Veneno da mente: Apego/ aversão
4.Veneno da mente: Inveja
5.Veneno da mente: Ignorância
O primeiro, que parece ser mais poderoso, é a raiva. A raiva é uma emoção que surge e se desenvolve contra alguém ou algo que não gostamos. Se analisado com cuidado, a raiva traz dor a curto prazo e graves prejuízos a longo prazo. A dor imediata e o dano futuro são para si mesmo e para os outros.
Quando a raiva é purificada passamos a desenvolver uma sabedoria clara como espelho. Assim, não há distinção entre o eu, o outro e os outros fenômenos. Tudo é vivido em união e harmonia. Ele é assim chamado porque os fenômenos aparecem à mente da mesma forma que as coisas aparecem em um espelho limpo: totalmente precisos e sem distorção. Compreender e realizar essa sabedoria aparece na ausência de emoções negativas como a raiva e o ódio e é simbolizada pelo Buda Akshobhya. Sua atividade é pacificar as emoções, em particular, o sofrimento, a doença, a frustração e a tristeza.
A segunda emoção negativa é o orgulho ou ego. O ego é a crença em um "eu" que desenvolvemos desde o nascimento logo que nossa mente pensa de si mesmo como separado dos outros. Os próximos três tipos de orgulho que evoluem nesse processo de egocentrismo são:
(1) Nós sentimos que somos melhores do que outros que estão em uma situação menos favorável,
(2) sentimos que somos superiores aos outros porque não conseguimos ver a igualdade de nós mesmos e outros e
(3) sentimos que estamos, ou espiritualmente ou materialmente, melhor do que outros.
O que nos levaria a embarcar na viagem do ego? Quando o eu acredita que é separado dos outros, a emoção negativa do orgulho surge na crença de sermos melhores do que os outros. Desde então, passamos a acreditar na existência de coisas "boas", que acreditamos e fazemos, e coisas "más", que os outros acreditam e fazem. Enquanto nós acreditarmos que somos superiores aos outros é impossível aprender com eles. Portanto, temos de abandonar o apego ao ego para desenvolver qualidades iluminadas. Uma mente purificada não faz distinção entre o puro e o impuro, bom e mau, eu e outros, mas sim experiencia todas as coisas em igualdade. Assim, quando somos livres do orgulho, realizamos a sabedoria da equanimidade que é simbolizada pelo Buda Ratnasambhava.
A terceira emoção perturbadora é relativa ao apego ou desejo. O desejo causa muito sofrimento por ser bastante perturbador e mantém a mente inquieta e ocupada. Por quê? Quando estamos ligados às coisas nunca estamos satisfeitos e sempre ansiamos por mais e melhores coisas. Estamos continuamente empenhados na realização e aquisição de desejos da mente e, com isso, experienciamos perdas e insatisfações em nossas vidas.
Quando eliminamos tal emoção negativa, a sabedoria discriminativa (Buda Amitabha) surge. É com esta sabedoria que desenvolvemos empatia com cada ser vivo e apreciamos as qualidades dos outros. Essa natureza se caracteriza pela falta de apego/desejo e sua atividade é magnetizante.
A quarta emoção negativa é a inveja, que inclui estar com inveja das riquezas, sucesso e boa sorte alheias. A inveja previne e impede um indivíduo de realizar o seu próprio bem-estar e, como resultado, ele experiencia mais sofrimento e continua a desenvolver ainda mais inveja para com aqueles que têm mais. Esta é a razão para que a sabedoria realizadora (Buda Amogasiddhi) é experienciada na ausência da inveja, isto é, quando a inveja é removida todos os desejos são naturalmente e sem esforços realizados.
A quinta emoção negativa é a ignorância. Ignorância é não reconhecer o que é salutar e a realidade última. A ignorância é a raiz das emoções negativas, de modo que, por exemplo, é somente por ignorância que estamos com raiva. Só agimos agressivamente em relação aos outros porque somos ignorantes em compreender que a raiva só traz dor e tristeza para si mesmo e aos outros. Da mesma forma, só é devido à ignorância que se tem orgulho, desejo e inveja.
A eliminação da escuridão da ignorância é a realização de Buda Vairocana. A sabedoria que brilha quando superamos a ignorância é a realização da natureza da mente que tudo abrange além dos extremos.
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