O buddhismo tântrico ou Vajrayāna é a tradição buddhista predominante no Tibet, Nepal, Butão, Mongólia e norte da Índia. Suas práticas enfatizam o uso de visualização, recitação e meditação.O buddhismo tibetano possuiu quatro escolas — Nyingma, Kagyü, Sakya e Gelug. O Vajrayāna também foi influente na China e no Japão através de duas escolas, a Mi-tsung/Shingon e a T'ien-t'ai/Tendai.

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

ENTREVISTA: FÍSICO QUÂNTICO AMIT GOSWAMI

considerado um importante cientista da atualidade, ele tem instigado os meios acadêmicos com sua busca de uma ponte entre a ciência e a espiritualidade. Ele vive nos EUA, é PhD em física quântica e professor titular da Universidade de Física de Oregon. Há mais de 15 anos está envolvido em estudos que buscam construir o ponto de união entre a física quântica e a espiritualidade. Já foi rotulado de místico pela comunidade científica, e acalmou os críticos através de várias publicações técnicas a respeito de suas idéias. Em seu livro "O Universo Auto-Consciente" ele procura demonstrar que o universo é matematicamente inconsistente, e sem existência de um conjunto superior, no caso Deus. E diz que se esses estudos se desenvolverem, logo no início do terceiro milênio, Deus será objeto da ciência e não mais da religião

segunda-feira, 31 de agosto de 2009



Mahamudra
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Mahamudra (sânscrito tib.: Chag Chen; phyag rgya chen po, literalmente: Grande Selo) é uma prática usada no budismo tibetano, especialmente nas principais escolas Kagyu, Sakya, Nyingma e Gelug.

O Mahamudra e o Dzogchen, que são dois nomes para a mesma coisa, são os principais meios para atingir o despertar.

Aquele que tem uma experiência interior profunda do Mahamudra pode adotar estilos de vida muito variados, sem que isto prejudique sua meditação. Mahasiddhas da Índia, como Tilopa e Naropa, tinham uma atividade exterior, ordinária ou estranha, meditando sem interrupção. Milarepa, quanto a ele, escolheu abandonar qualquer atividade temporal para se dedicar exclusivamente à meditação na solidão. Quanto a Gampopa, seu principal discípulo, assim como o primeiro Karmapa, Tüsum Khyenpa, discípulo deste último, optaram pela vida de monge. Todos, apesar da diversidade de seus gêneros de vida, obtiveram a liberação.

A palavra tibetana para Mahamudra é cha-gya-chenpo, cujo sentido profundo aparece na explicação dada a cada uma das partes:

cha, que quer dizer gesto ou símbolo, designa aqui a consciência primordial vazia e significa que o modo de ser da mente, tanto quanto o aspecto manifestado que procede da faculdade criadora, são ambos vazios em essência;
gya, que significa vasto, indica que nada existe além dessa consciência primordial
vazia; quando se realizou o que é a vacuidade, compreende-se que não há nenhum fenômeno do ciclo das existências ou do nirvana (o estado de liberação) que escape a essa vacuidade, nada que esteja além desta consciência vazia;

chenpo, que quer dizer grande, refere-se ao fato dessa realização ser a mais elevada
possível; no Mahamudra são realizados todos os ensinamentos do Buddha, é por isso que o chamamos também de Dzogchen, o que significa grande realização.

Graus de maturidade
De fato, existem dois tipos de Mahamudra, o dos sutras e o dos tantras. Eles se diferenciam ligeiramente do ponto de vista da apresentação e do método de meditação, mas se unem na mesma realização final.

Estritamente falando, o Mahamudra é muito fácil, pois não é nada mais do que o reconhecimento da própria mente e a permanência nesse estado sem distração. Todavia, os seres, segundo suas capacidades efetivas para compreender a natureza da mente, são classificados em três categorias.

Os seres de capacidade superior são aqueles que herdam de vidas passadas uma bagagem espiritual importante: eles se prepararam por meio de um profundo trabalho de purificação e de acumulação de mérito; também cultivaram uma grande familiaridade com a meditação. Naturalmente, têm uma grande fé no dharma e nas Três Jóias, muita compaixão, a faculdade de compreender facilmente o dharma, assim como uma grande diligência.

Os seres de capacidade média, ou seja, aqueles cuja bagagem em vidas passadas é média, têm um certo interesse pelo dharma, mas só podem compreender todas as suas implicações gradualmente e indiretamente. O Mahamudra dos sutras é a via que lhes convêm melhor.

Os seres de capacidade inferior, cuja bagagem é fraca, possuem pouca inteligência espiritual. É muito difícil para eles compreender e colocar em prática as instruções sobre a natureza da mente. É particularmente necessário que eles se preparem, realizando exercícios de purificação e de acumulação.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Quatro Nobres Verdades



As Quatro Nobres Verdades são o cerne doutrinário e prático do Budismo, ou seja, quatro noções básicas que contextualizam os demais ensinamentos e práticas. Desde os primeiros discursos do Buda a seus discípulos, ele apresentou tais noções dessa maneira sistemática como um entendimento fundamental a partir do qual outros ensinamentos mais complexos e específicos podem ser compreendidos.

Todas as escolas do budismo reconhecem e se baseiam nas Quatro Nobres Verdades. Além das diversas explicações e métodos originados a partir delas, os praticantes são diferentes uns dos outros, e desta maneira, existem também diversos níveis de compreensão das Quatro Nobres Verdades.

As citações são :

1ª - A Nobre Verdade do Sofrimento

Nascimento é sofrimento, doença é sofrimento, morte é sofrimento, tristeza, lamentação, dor, pesar e desespero são sofrimento. Não ter o que se deseja é sofrimento, separação do que se deseja é sofrimento, união com o que não se deseja é sofrimento. Saudade é sofrimento, ser escravo de um passado já morto e um futuro inexistente é sofrimento. Ser presa fácil de estímulos exteriores de toda ordem é sofrimento. Quando sopram os ventos da sensibilidade nós vamos cegamente à sensualidade, quando sopram os ventos da raiva nós vamos cegamente à violência, quando sopram os ventos da agitação e preocupação nós vamos cegamente em direção à ansiedade e angústia, quando sopram os ventos da dúvida nós vamos cegamente ao ceticismo.

Todo sofrimento, assim como toda a nossa felicidade está na própria mente, pois nenhum inimigo nos poderá fazer tão infelizes quanto nossa mente mal dirigida. Também nenhum parente, seja pai, mãe ou irmão nos tornará tão felizes quanto nossa própria mente bem dirigida.

Em resumo, os cinco agregados da existência quando objetos de apego, isto é, quando tomados como “eu” e “meu” são sofrimento. Os cinco agregados da existência são: corpo, sensações, percepções, consciência e formações mentais.


2ª - A Nobre Verdade da Causa do Sofrimento

Qual é a causa do sofrimento? é a ignorância, o desejo, o apego, a cobiça, o ódio, e a ilusão. Mas aonde o desejo e a ignorância surgem? aonde estão suas raízes? Aonde houver coisas deliciosas e agradáveis lá o desejo e ignorância surgem, lá eles têm as suas raízes.

Visão, audição, olfato, paladar, tato e a mente são deliciosos e agradáveis lá o desejo e a ignorância surgem, lá eles fincam raízes. Quando percebemos um objeto pela visão, se o objeto é agradável a pessoa é atraída e se é desagradável a pessoa o repele.

Então, seja qual for a sensação que experimente, se a pessoa o aprova e acha agradável então a sensação condiciona o desejo, e desejando a pessoa se apega ao objeto desejado. Então o desejo condiciona o apego. Quando a pessoa se apega ela irá agir pela palavra ou pelo o corpo para possuir o objeto desejado.

Deste modo, então o apego condiciona a ação, Karma, ou processo de vir a ser. O processo de vir a ser (ou existência) condiciona o nascimento.

Dependendo do nascimento, a decadência e a morte, tristeza e lamentação dor e pesar, ressentimento e desespero.

Assim surge essa imensa massa de sofrimento.


3ª - A Nobre Verdade da Extinção da Causa do Sofrimento

O que é a extinção do sofrimento? É a completa erradicação e desaparecimento da ignorância, desejo, apego, cobiça, ódio e ilusão e em conseqüência o abandono e libertação da ilusão do EU e do MEU.

Com a extinção da ignorância o desejo é extinguido.

Pela cessação do desejo cessa-se o apego.

Pela cessação do apego o processo de vir a ser ou as ações (Karma) é extinguido.

Pela cessação de vir a ser ou existência, o nascimento é extinguido.

Pela cessação do nascimento, a decadência e a morte, tristeza e a lamentação, dor pesar, ressentimento e desespero serão extinguidos.

Assim se dá a extinção de toda esta massa de sofrimento.


4ª - Nobre Verdade da Senda que Leva à Extinção do Sofrimento

Os dois extremos e a Senda do meio. Os prazeres sensuais, o comum, o vulgar, o mundano, sem qualquer sentido para o progresso na Senda espiritual. Ou:

A mortificação do corpo que é dolorosa e também sem vantagem qualquer para a vida santa.

Ambos estes extremos, o iluminado evitou e descobriu a Senda Média, a qual propícia qualquer um ver e a compreender, leva à paz, ao discernimento, a iluminação e ao NIBBANA ou NIRVANA

E qual é a Senda do Meio? É a nobre Senda Óctupla:

1) Palavra Correta
2) Ação Correta
3) Meio de Vida Correto
(Moralidade)

4) Esforço Correto
5) Plena Atenção Correta
6) Concentração Correta
(Concentração)

7) Correta Compreensão
8) Correto Pensamento
(Sabedoria)

Livre da dor e tortura é esta Senda, livre de lamentos e sofrimento uma Senda perfeita. Verdadeiramente, como esta Senda não existe outra para a purificação dos seres. Se você seguir está Senda porá fim ao sofrimento. Mas cada um tem que lutar por si próprio, o iluminado apenas aponta o caminho.

1) Palavra Correta

a) Abster-se de mentir e de Caluniar.
b) Abster-se de levar e de trazer conversas que causem desarmonia e discórdia.
c) Abster-se de palavras pesadas, duras e ofensivas.
d) Abster-se de tagarelice e de conversas frívolas.
2) Ação correta

a) Abster-se de destruir os seres vivo, isto é, não matar.
b) Abster-se de pegar para nós aquilo que não nos pertence, isto é, não roubar.
c) Abster-se de errôneo comportamento sexual ( infidelidade, adultério etc.)
d) Abster-se de tóxicos e de bebidas alcoólicas que entorpeçam a mente.
3) Meio de vida correto

Abster-se de profissões como:

a) caçador, pescador, abatedor;
b) comércio de armas e drogas, bebidas, cigarros etc.
O meio de vida deve ser honesto, para o bem comum e nunca prejudicando e explorando nosso semelhante.

4) Esforço Correto

a) O Esforço de evitar o mal.
b) O Esforço de superar o mal.
c) O Esforço de fazer surgir o bem.
d) O Esforço de manter e de desenvolver o bem.

5) Plena Atenção Correta

a) Atenção sobre o corpo
b) Atenção sobre as sensações.
c) Atenção sobre os estados de consciência.
d) Atenção sobre os objetos da mente.
6) Concentração Correta

A concentração é a mente unipolarizada, isto é: mente voltada para um único ponto.

Existem cinco obstáculos para o desenvolvimento da concentração:

I - Sensualidade (luxúria)
II - Raiva, ira, ódio.
III - Sonolência, preguiça e torpor.
IV - Agitação e preocupação.
V - Dúvida

7) Correta Compreensão

a) Compreender as quatros nobres verdades.
b) Compreender as três características da existência.
c) Compreender as ações meritórias e a raiz dessas ações.
d) Compreender as ações demeritórias e a raiz dessas ações.






a) As Quatros Nobres Verdades

O homem comum, desprovido de correta compreensão, é ignorante dos ensinamentos dos homens Santos e não é treinado na nobre doutrina. Seu coração é possuído e dominado pela:


1) Ilusão da existência de um eu;
2) Pela dúvida;
3) Pelo apego e meras regras e rituais;
4) Pelo desejo sensual;
5) Pela raiva.

E como livrar-se destas coisas ele não sabe! Não sabendo o que é digno de considerações e o que é indigno (para libertar-se desses cinco grilhões) ele acaba considerando justamente o que é indigno e não o que é digno.


E pela ignorância ele se preocupa e reflete dessa maneira:

O mundo é eterno ou temporal? Finito ou infinito? O princípio vital é idêntico ao corpo ou alguma coisa diferente? O Buda continuará depois a morte ou não? Eu existi no passado ou não existi numa vida passada? O que eu fui na vida passada? Quem eu fui na vida passada? Eu existirei numa vida futura ou eu não existirei numa vida futura? Eu sou ou eu não sou? O que sou eu? Como sou eu? Este ser, de onde ele veio, para onde vai? "Sábias" Considerações!


O instruído e nobre discípulo entretanto, que sabe os ensinamentos dos homens Santos e é bem treinado na nobre doutrina; compreende o que é digno de consideração e o que é indigno. E assim sabendo, ele considera o digno e não o indigno.


O que é sofrimento, ele sabiamente considera.
O que é a origem do sofrimento, ele sabiamente considera.
O que é a extinção do sofrimento, ele sabiamente considera.
Qual é a Senda que leva a extinção do sofrimento, ele sabiamente considera.

b) As três características da existência são:

1) Impermanência
2) Insatisfatoriedade
3) Impessoalidade

O corpo é impermanente, as sensações, são impermanentes, as percepções são impermanentes, as formas mentais são impermanentes, e as consciências são impermanentes. E tudo o que é impermanente é sujeito ao sofrimento e mudança, não se pode corretamente dizer:


isto pertence a mim,
isto sou eu,
isto é o meu ego.

Assim como a bolha d’água é oca, vazia e insubstanciável, da mesma forma todos os fenômenos psíco-físicos são também ocos, vazios e sem um ego.


c) As ações Meritórias são de três tipos:

1) Pelo corpo, o mesmo que ação correta.
2) Pelo o verbo, o mesmo que Palavra Correta.
3) Pela mente, o mesmo que Pensamento Correto.
Quais são as raízes das Ações Meritórias:

1) Renúncia
2) Desapego
3) Boa vontade
4) Benevolência
5) Generosidade
6) Moralidade
7) Meditação
8) Reverência, gratidão e respeito
9) Serviço inegoísta ao próximo
10) Transferência de mérito
11) Alegrar-se com o sucesso e o mérito de outros.
12) Ouvir o Dhamma (Doutrina)
13) Expor o Dhamma
14) Ter corretos pontos de vista e correta compreensão
15) Gratidão
16) Respeito.

d) As Ações Demeritórias são também de três tipos:

1) Pelo corpo: destruir seres vivos roubar e explorar, adultério, ingerir tóxicos e bebidas alcoólicas.
2) Pelo verbo: mentir e caluniar, levar e trazer conversas, palavras pesadas, duras e ofensivas, tagarelice e conversas frívolas.
3) Pela mente: cobiça-egoísmo, vaidade, má vontade, ódio e raiva, errôneos pontos de vista
As raízes das Ações Demeritórias são:

Cobiça, ódio, ilusão ou ignorância, egoísmo.

8) Pensamento Correto

São todos os pensamentos baseados na renúncia e desapego, tais como:

Boa vontade, benevolência e amor, bondade e camaradagem
Correta compreensão e corretos pontos de vista.

Todo pensamento que for motivado pela Cobiça, Ódio, ilusão e ignorância, egoísmo, vaidade, inveja etc. Serão necessariamente pensamentos incorretos.

Que todos os seres que estejam em sofrimento, possam se libertar do seu sofrimento.

Que todos os seres que estejam inseguros e com medo, possam se libertar de sua insegurança e do seu temor.

Que todos os seres que estejam tristes e em lamento, passam se libertar de sua tristeza e da sua lamentação.

Pela realização dessas afirmações que todos os seres, sem nenhuma exceção, possam se sentir verdadeiramente muito bem e muito felizes.



Gassho

Possa ser esse para o bem de todos os seres.




Quais são as Quatro Nobres Verdades

Dukkha ariya sacca
A primeira verdade nobre é a Dukkha ariya sacca sofrimento , insatisfação, mais precisamente, dukkha, que é uma das três marcas da existência. Ela quer dizer que a mente, tomada pela ignorância, não é capaz de dissociar a insatisfação da experiência sensorial.


Dukkha samudaya ariya sacca
O desejo (pelo prazer sensual, desejo pelo devir, desejo por não-devir) é a origem de dukkha, a segunda nobre verdade. Aqui é apresentado o motivo pelo qual a mente ignorante nunca está plenamente satisfeita: através dos sentidos, entra em contato com sons, aromas, sabores, sensações táteis e idéias, e adquire apego às sensações agradáveis e aversão às desagradáveis. Entretanto, como o mundo está em constante mutação, esse desejo nunca se satisfaz.

Dukkha nirodho ariya sacca
É através da compreensão do processo que causa a insatisfação que o desejo pode ser abandonado e assim alcançar a cessação de dukkha, ou nirvana, a terceira nobre verdade. Se a insatisfação surge porque a mente está constantemente projetando sua felicidade e sua tristeza na experiência sensorial, se esse condicionamento for eliminado é possível alcançar uma satisfação incondicionada.

Dukkha nirodha gamini patipada ariya sacca
A quarta verdade nobre é o caminho que conduz à cessação da insatisfação, ou seja, um conjunto de práticas que permitem reconhecer a verdadeira natureza da mente e sua relação com os sentidos, de forma que a experiência sensorial deixe de ser um aspecto condicionante da felicidade e tristeza, portanto eliminando a insatisfação em sua origem. Esse conjunto de práticas é conhecido como o Nobre Caminho Óctuplo.


Consequências práticas e morais
Frequentemente, pessoas pouco familiarizadas com a cosmovisão budista associam as Quatro Nobres Verdades com uma perspectiva pessimista da vida, por abordá-la sob a perspectiva do sofrimento e insatisfação. Entretanto, uma análise criteriosa revela que de fato é uma concepção extremamente positiva, pois apesar de reconhecer a insatisfatoriedade associada à experiência sensorial (primeira verdade), defende que a causa dessa insatisfação pode ser conhecida (segunda verdade), eliminada (terceira verdade) e propõe uma maneira de se alcançar esse objetivo (quarta verdade).

Essencialmente, essa concepção coloca a moral não como oriunda de uma força, lei ou ser supremo, mas como uma ferramenta útil para desobstruir a mente de seus hábitos insalubres que obstruem a realização desse estado incondicionado.

Obtido em "http://pt.wikipedia.org/wiki/Quatro_Nobres_Verdades"






OS QUATRO SELOS DO DHARMA




INTRODUÇÃO AO BUDISMO
Uma visão da doutrina budista através dos textos
Este é um trabalho de seleção e ordenação de textos
de vários autores e mestres budistas por
Karma Tenpa Darghye.

Muitas vezes já me perguntaram, "O que é o buddhismo em poucas palavras?’" ou "Qual é a visão ou a filosofia que caracteriza o buddhismo?"

Infelizmente, no Ocidente, o buddhismo parece ter caído no departamento da religião ou, então, no departamento da auto-ajuda; claramente no departamento da meditação, um dos modismos do momento. Eu gostaria aqui de contestar a definição de meditação buddhista.

Para muitos meditação é algo que tem a ver com relaxar, assistir ao pôr-do-sol ou acompanhar as ondas do mar. Idéias atraentes como "soltar-se de todos os problemas" e ficar "livre, leve e solto" vêm à mente. Do ponto de vista do buddhismo, meditação é um pouco mais do que isso.

Primeiramente, acredito ser necessário falar do contexto clássico em que a meditação aparece no buddhismo, o qual é descrito em termos de visão, meditação e ação. Essa é uma forma bastante hábil de compreender o caminho. Ainda que não empreguemos esses termos em nosso cotidiano, sempre temos alguma visão, meditação e ação. Se pretendermos comprar um carro, escolhemos um que imaginamos será um bom carro. A visão nesse caso é essa idéia ou crença. Meditação, então, seria contemplar essa idéia, admirar suas características e familiarizar-se com ela, ao passo que ação é efetivamente sair e comprar o carro dirigi-lo, usá-lo. Isso não é uma coisa necessariamente buddhista; essa conduta está presente a todo tempo, mesmo quando escolhemos um restaurante para ir jantar. Talvez não chamemos isso de visão, meditação e ação, mas, sim, de "ter uma idéia", "contemplá-la" e "realizá-la".

Qual seria, então, a visão com a qual os buddhistas buscam se familiarizar? Há quatro selos que distinguem o buddhismo. Na verdade, se encontramos todas essas quatro visões em uma filosofia ou caminho independentemente de ser chamado de buddhista ou não, já que a designação na realidade não tem importância - esse caminho poderá ser considerado o caminho do Buddha. Por isso são chamados Os Quatro Selos do Dharma.

Esses Quatro Selos são: Tudo que é composto é impermanente.

Todas as emoções são dolorosas. Isso é algo que só os buddhistas dizem.

Muitas religiões veneram sentimentos como o amor e o celebram em suas canções. Os buddhistas pensam que "essas coisas são todas sofrimento".

Os fenômenos são desprovidos de uma natureza dotada de existência intrínseca. Aqui temos a visão última do buddhismo. Os outros três selos, na realidade, se assentam neste terceiro.

O quarto é o nirvana, ele está além dos extremos.

Sem esses quatro selos o caminho buddhista passa a ser teísta, um dogma religioso, e a própria finalidade do buddhismo se perde. Poderia ocorrer uma situação em que uma pessoa louca estivesse dando ensinamentos sobre como ficar sentado numa praia assistindo ao pôr, do sol. Se por acaso esses quatro selos também estivessem presentes, os ensinamentos seriam, necessariamente, buddhistas. Talvez eles desagradem aos tibetanos, chineses ou japoneses, mas não precisam aparecer dentro de um formato tradicional para serem buddhistas.


O Primeiro Selo

Esses Quatro Selos estão também muito interligados, como veremos. O primeiro diz que todas as coisas compostas são impermanentes. Não há um único fenômeno que possamos imaginar que não seja composto e, portanto, não esteja sujeito à impermanência. Podemos aceitar facilmente certos aspectos da impermanência, como a mudança do tempo; há, porém outros aspectos, igualmente óbvios, que não aceitamos. Embora nosso corpo seja visivelmente impermanente, envelheça a cada dia, não queremos aceitar isso. Certas revistas populares que vendem a juventude e a beleza exploram essa atitude. Se pensarmos em termos de visão, meditação e ação, a visão de seus leitores poderia ser concebida em termos de não envelhecer, passar adiante do envelhecimento de algum jeito.

Contemplando essa visão de permanência, a ação desses leitores é freqüentar academias de ginástica, fazer cirurgia plástica e se meter em todo tipo de complicações. Aos seres sublimes isso pareceria ridículo, baseado em uma visão equivocada. Ao olhar para esses diferentes aspectos da impermanência, como o envelhecimento, a morte, a mudança do tempo, etc., os buddhistas têm uma única coisa a declarar - esse primeiro selo: fenômenos são impermanentes porque são compostos. Tudo que é feito de partes reunidas, cedo ou tarde, irão se dispersar.

Quando dizemos "composto", isso inclui o tempo, o espaço e as dimensões. O tempo é composto e, por isso, impermanente. Sem o passado e o futuro, o presente não existe. Se o momento presente se tornasse permanente, não haveria futuro, pois o presente estaria sempre aqui. Tudo que podemos fazer - por exemplo, plantar uma flor ou cantar uma canção - tem um começo, meio e fim. Se enquanto estivéssemos cantando uma canção faltasse o começo, o meio ou o fim, não haveria como cantar a canção, o que faz desse ato algo composto.

Poderíamos, então, nos perguntar, "E daí?" "Por que se preocupar com esse tipo de coisa?" "O que há de tão importante nisso?" "Tem um começo, meio e fim - e daí?" Não é que os buddhistas estejam de fato preocupados com começos, meios e fins. Esse não é o problema aqui. O problema está no fato de que, quando a impermanência está presente, a incerteza e o sofrimento também estão presentes.

Algumas pessoas acham que o buddhismo é pessimista, sempre falando de morte, morrer, impermanência, velhice - mas isso não é necessariamente verdade. A impermanência é um alívio! Eu não tenho uma BMW hoje e é graças à impermanência desse fato que eu posso vir a ter uma amanhã. Sem a impermanência eu ficaria preso à não-posse de uma BMW e nunca poderia vir a ter uma. Eu posso estar me sentindo muito deprimido hoje e, graças à impermanência, amanhã eu posso estar me sentindo ótimo. A impermanência não é necessariamente uma má notícia; tudo depende de como a interpretamos e a compreendemos. Mesmo que hoje nossa BMW seja riscada por um vândalo ou que nosso melhor amigo nos deixe na mão, não vamos ficar tão preocupados assim.

Quando não reconhecemos que toda coisa composta é impermanente, isso é um engano, uma ilusão. Quando compreendemos isso - e não só intelectualmente - ficamos livres desse engano. É a isso que chamamos de liberação: ficar livre da crença unidirecionada e bitolada de que as coisas são permanentes. Mesmo o caminho, o precioso caminho buddhista, também pertence à esfera do composto, quer gostemos disso ou não. Ele tem um começo, tem um fim, tem um meio.

Quando você compreende que todas as coisas compostas são impermanentes e você vive alguma perda, você tem condição de aceitar esse fato. Visto que todas as coisas são impermanentes, esse fato é de se esperar.


Segundo Selo

Todas as emoções são dor. Nós aceitamos que certas emoções, como a raiva ou o ciúme, são dor. Mas o que dizer do amor e do carinho, da bondade e da devoção? O que dizer dessas emoções que são agradáveis, belas, adoráveis? Nós não as encaramos como sendo dor. No entanto, as emoções implicam em dualidade, o que, ao final, cria sofrimento. Emoções como o choro, a dor, a raiva, são na verdade apenas o amadurecimento de emoções mais sutis; surgem no final de um processo. Elas são as menos perigosas e logo se exaurem. A causa é a verdadeira emoção, a mente dualista, e isso inclui quase todos os pensamentos que temos.

Por que isso é dor? Porque é equivocado. Toda mente dualista é uma mente equivocada, uma mente que ignora a natureza das coisas. O que é que se entende por dualidade? De um lado, estamos nós; de outro, nossa experiência. Ela é relativa, pois podemos ver que pessoas diferentes percebem o mesmo objeto de diferentes modos. Um homem pode pensar que uma mulher seja bonita, e para ele isso é verdade. Mas se essa verdade fosse independente, então uma outra pessoa também teria que ver essa mesma mulher como bonita. Essa verdade não é independente; depende da mente de cada um, da projeção de cada um.


A mente dualista cria muitas expectativas, muito medo, muitas esperanças. Onde quer que a mente dualista exista, existe a esperança, existe o medo. A esperança é uma forma perfeita e sistematizada de sofrimento. Com relação ao medo nenhuma explicação é necessária, mas nossa tendência é pensar que a esperança não é sofrimento. Na verdade, porém, é um grande sofrimento e definitivamente é uma fonte de dor.

O Buddha ensinou "conheça o sofrimento". Essa é a Primeira Nobre Verdade. Muitos de nós tomamos erroneamente o sofrimento pelo prazer. O prazer que tenho hoje é, na verdade, a própria causa da dor que vou estar experimento mais cedo ou mais tarde. Uma outra forma que o buddhismo tem de colocar isso é dizer que, quando uma grande dor fica menor, tomamos isso por prazer. Esse é o período que chamamos de felicidade.

Além disso, a emoção é algo que não tem uma existência intrínseca. Quando uma pessoa que está com sede vê água em uma miragem, tem um sentimento de alívio, "Ah, encontrei água!" Porém, à medida que se aproxima, a qualidade e a percepção desaparecem e, por fim, resta a decepção. Esse é um aspecto bastante importante da definição de emoção, segundo o buddhismo: "Algo que não tem nada em sua essência". "Algo que não tem existência autônoma" - isso mesmo, existência autônoma.

Os buddhistas concluem que todas as emoções são sofrimento porque são dualistas, o que quer dizer que estão envoltas em incerteza e vêm acompanhadas de esperança e medo, não tendo, em última análise, qualquer natureza dotada de existência intrínseca. Então, podemos dizer elas não valem a pena tanto assim. Tudo o que criamos por intermédio das emoções, ao final, é completamente fútil e doloroso. Por essa razão os buddhistas fazem meditação shamatha e vipassana. O benefício que isso nos traz é soltar o laço com o qual as emoções nos prendem, soltar a fixação que temos em relação às emoções.


O Terceiro Selo

Todos os fenômenos são desprovidos de existência intrínseca. Aqui estamos falando de shunyata, vacuidade. Quando dizemos todos os fenômenos, isso inclui todas as coisas, até mesmo o Buddha, a iluminação ou o caminho. Os buddhistas definem fenômeno como algo que possui características e que seja um objeto percebido por um sujeito. É a ignorância que toma o objeto como algo externo e faz com que ignoremos a verdade daquele fenômeno. A verdade do fenômeno é o que denominamos shunyata, vacuidade, o que dá a entender que ele não possui uma essência que exista verdadeiramente.

Quando um sujeito enganado vê um objeto, este é interpretado como algo que existe verdadeiramente. No entanto, a existência que o sujeito imputa ao objeto é uma suposição equivocada que aparece apoiada em diferentes condições. Como no caso de alguém que vê uma miragem, a pessoa não tem diante dos olhos uma miragem dotada de existência verdadeira. Ao falar em vacuidade, o Buddha queria dizer que as coisas de fato não existem como equivocadamente acreditamos que elas existam, e que as coisas são, em realidade, vazias dessa existência falsamente imputada.

Por que acreditam no que é, na realidade, apenas projeções confusas, os seres sencientes sofrem, e para corrigir isso o Buddha ensinou o Dharma.

De modo muito simples, podemos nos referir à vacuidade dizendo "a maneira como as coisas aparecem não é como elas realmente são". Como expliquei ao falar sobre as emoções, quando você olha para um fenômeno como se estivesse olhando para uma miragem, ele desaparece à medida que você se aproxima, ainda que no princípio parecesse real.

A vacuidade é, às vezes, denominada dharmakaya e, em um contexto diferente, poderíamos estar descrevendo como o dharmakaya é permanente, imutável, permeia tudo - todas essas palavras poéticas e belas. Essas são palavras místicas que dizem respeito ao caminho. Agora, porém, estamos tratando do terreno, da base, estamos nos esforçando para adquirir uma compreensão intelectual. No caminho é possível retratar o Buddha Vajradhara como um símbolo do dharmakaya ou da vacuidade, mas do ponto de vista acadêmico até mesmo pensar em pintar o dharmakaya é um erro.


Pergunta: Se nós próprios somos dualistas, podemos chegar a compreender a vacuidade, que é algo que está além de qualquer descrição!


Os buddhistas são muito escorregadios. Você tem razão: não podemos nunca falar da vacuidade absoluta, mas podemos falar de uma "imagem" da vacuidade. Então, você pode avaliá-la, contemplá-la e, por fim, chegar à verdadeira vacuidade. E se você dissesse, "Mas isso é facilitar as coisas demais, isso é uma embromação", os buddhistas diriam, "Mas é assim que as coisas funcionam". Se você precisa encontrar alguém com quem nunca tenha estado antes, eu posso descrever essa pessoa para você, mostrar-lhe uma fotografia dela e, com a ajuda dessa imagem, você pode ir e achar a verdadeira pessoa. O caminho, em última instância, é irracional mas, do ponto de vista relativo, é muito racional, pois se casa com as convenções relativas do nosso mundo. Quando estou falando da vacuidade, tudo que estou apresentando é uma "imagem" da vacuidade. Não posso lhe mostrar a verdadeira vacuidade, mas posso lhe contar porque as coisas não são dotadas de existência intrínseca.

O Buddha ensinou três caminhos diferentes em três momentos separados, conhecidos como Os Três Giros da Roda. Porém, ele resumiu esses três caminhos em uma única frase: "Mente; não há mente; a mente é luminosa".

Aqui "Mente" se refere ao "primeiro giro da roda", o primeiro conjunto de ensinamentos. Indica que o Buddha ensinou que há uma "mente", e isso serve para afastar a visão niilista de nenhum céu, nenhum inferno, nenhuma causa e efeito. Quando ele disse, "Não há mente", isso reflete o ponto de vista de que a mente é apenas um conceito e que não existe algo como uma mente dotada de existência verdadeira. A terceira afirmação, "A mente é luminosa," aponta para a natureza búddhica, a sabedoria sem equívocos nem ilusões que existe deste o começo.

Nagarjuna, um grande sábio, disse que a finalidade do primeiro giro foi afastar tudo que é não-virtuoso. Quando a não-virtude aparece? Quando você se torna eternalista ou niilista. Portanto, para pôr fim aos atos e pensamentos não virtuosos, o Buddha fez o primeiro sermão. O segundo giro, no qual o Buddha ensinou sobre a vacuidade, foi apresentado para afastar o apego ao eu, bem como o apego aos fenômenos como verdadeiramente existentes. O terceiro giro destinou-se a afastar todos os pontos de vista, todas as visões, até mesmo a visão da ausência do eu. Os três conjuntos de ensinamentos do Buddha não pretendem introduzir algo de novo; sua finalidade é apenas eliminar a confusão.

Como buddhistas, praticamos compaixão, mas, se nos falta a compreensão deste terceiro selo, a compaixão pode ser um tiro que sai pela culatra. Se você fica apegado à meta da sua compaixão, ao solucionar um problema é possível que você passe por cima do fato de que a sua idéia de solução está inteiramente baseada na sua interpretação, e você pode acabar vítima da esperança e do medo, vítima da decepção. Você pode se tornar um bom praticante do Mahayana e, uma vez, duas vezes, você tenta ajudar os seres sencientes. Mas, porque lhe falta a compreensão deste terceiro selo, pode ser que você fique cansado de ajudar os seres sencientes.

Um outro tipo de problema que também vem da falta de compreensão da vacuidade e que ocorre com buddhistas mais superficiais ou enfastiados, tem a ver com a questão de que, nos círculos buddhistas, se você não aceita a vacuidade, então você não está por dentro. Assim, fingimos que apreciamos a vacuidade e fingimos meditar sobre ela. No entanto, quando não a compreendemos adequadamente, pode surgir um efeito colateral nocivo.

Dizemos, "Ah, tudo é vacuidade. Posso fazer tudo o que eu quiser".

Ignoramos e violamos os detalhes do karma, a responsabilidade sobre nossos atos. Você se torna deselegante e também uma fonte que leva os outros a perder inspiração. Sua Santidade o Dalai Lama muitas vezes faz referência a essa falha que é a não-compreensão da vacuidade. A compreensão correta da vacuidade nos leva a ver como as coisas são inter-relacionadas e como temos responsabilidade por nosso mundo.

Você pode ler milhões de páginas sobre esse assunto. Só de Nagarjuna você pode ler cinco comentários diferentes que tratam basicamente deste tópico.

Há também comentários escritos pelos seguidores de Nagarjuna. Há incontáveis ensinamentos sobre o estabelecimento da visão da vacuidade.

Nos templos ou monastérios Mahayana canta-se o Sutra do Coração do Prajnaparamita, que também é um ensinamento sobre o terceiro selo.

As filosofias ou religiões podem dizer "as coisas são ilusórias", "o mundo é maya, ilusão", mas há sempre uma ou duas coisas que ficam de fora por serem tidas como verdadeiramente existentes - como Deus, a energia cósmica, seja lá o que for. No buddhismo, não é isso que acontece. Tudo no samsara e no nirvana, da cabeça do Buddha até um pedaço de pão, tudo é vacuidade. Não há nada que não esteja incluído na verdade última.


Pergunta: No buddhismo há tanta iconografia que parece ser objeto de meditação ou de adoração. No entanto, seu ensinamento parece me conduzir para a compreensão de que tudo isso é inexistente.


Quando você vai a um templo, vê muitas belas estátuas, cores e símbolos.

Eles são importantes no caminho. Isso é o que chamamos "imagem" da sabedoria, "imagem" da vacuidade. Ainda assim, mesmo enquanto seguimos pelo caminho e aplicamos seus métodos, precisamos saber que o caminho, em última instância, é uma ilusão. O caminho, de modo bastante hábil, coaduna-se com a nossa mente habitual e, ainda assim, tem o potencial de, ao final, despertá-la.




O Quarto Selo

Com a explicação dada sobre a vacuidade acho que de algum modo já descobrimos que o nirvana está além dos extremos. Esse último selo também é um ponto de vista único ao buddhismo. Em muitas filosofias ou religiões a meta final é alguma coisa na qual podemos nos firmar, a qual podemos conservar: "a meta final é a única coisa verdadeira que existe". No buddhismo, porém, a meta não é fabricada; por isso não pode ser guardada. Por isso dizemos: ela está "além dos extremos". Talvez imaginemos que, de algum modo, poderíamos ir para um lugar onde houvesse um sofá melhor, um chuveiro melhor, uma rede de esgotos melhor, algum tipo de nirvana onde você não precisa nem mesmo de controle remoto, onde todas as coisas aparecem no momento em que você pensa nelas. No entanto, como disse antes, nós não introduzimos alguma coisa que não estava presente antes. A meta é alcançada quando removemos o que havia de artificial e obscurecedor. Não ficamos apegados a uma verdade última dotada de existência real, a um nirvana que realmente existe.

Quer você seja um monge ou monja que tenha renunciado à vida mundana, quer seja um yogi que pratique métodos tântricos profundos, quando você busca abandonar ou transformar o apego às suas próprias experiências, se você não tem familiaridade com esses quatro selos você estará encarando suas experiências como manifestação de alguma coisa má, satânica, ruim. Isso quer dizer que você estará longe da verdade. Todo o buddhismo tem por objetivo levar à compreensão da verdade. Se houvesse alguma permanência verdadeira nas coisas compostas, se houvesse prazer verdadeiro nas emoções, o Buddha teria sido o primeiro a recomendá-las, dizendo: "Por favor, guardem e prezem essas coisas", porque o que ele queria, em sua grande compaixão, era que tivéssemos o que é verdadeiro, real.

Quando você tiver uma clara compreensão desses quatro selos como a base da sua prática, você se sentirá confortável, independentemente das experiências que surgirem. Desde que você mantenha esses quatro selos como a sua visão, nada pode sair errado. A pessoa que mantém esses quatro selos no coração ou na mente, a pessoa que os contempla, é buddhista. Ainda que não ostente o rótulo de buddhista, ela será uma seguidora do Buddha.

Dzongsar Jamyang Khyentse Rinpoche

domingo, 26 de julho de 2009

Monges tibetanos estudam ciência a pedido de Dalai Lama




Monges tibetanos estudam ciência a pedido de Dalai Lama

Monges e monjas tibetanos passam suas vidas estudando o mundo íntimo da mente, e não o mundo físico da matéria. Mas, por um mês no trimestre passado, um grupo de 91 deles se dedicou ao estudo do reino corpóreo da ciência.
Em lugar de analisarem textos budistas sobre o karma e o vazio, os monges aprenderam sobre a lei do movimento acelerado de Galileu, cromossomos, neurônios e o Big Bang, entre outros tópicos muito diversificados. Muitos dos integrantes do grupo, formado por pessoas dos 20 aos 40 e tantos anos, jamais haviam aprendido ciência e matemática. Nos mosteiros budistas do Tibete, o currículo se mantêm inalterado e inconteste há séculos.
Para tornar o desafio ainda mais difícil, alguns dos monges tinham domínio bastante limitado do inglês e precisavam recorrer a tradutores tibetanos a fim de absorver o curso intenso de quatro semanas sobre física, biologia, neurociência, matemática e lógica oferecido pelos professores da Universidade Emory, em Atlanta.
Mas os monges transformaram as aulas, que aconteciam em período integral, numa forma de experiência prática. No campus de uma faculdade budista aqui em Dharamsala, Índia, o lar do Dalai Lama no exílio, monges e monjas em seus roupões carmesim conduziram experiências com pêndulos, recolheram plantas nos sopés das montanhas do Himalaia para aprender sobre a seleção natural e inclinaram suas cabeças calvas por sobre os microscópios para observar um mundo que lhes era desconhecido.
Os monges e monjas tibetanos passam 12 horas ao dia estudando filosofia e lógica budista, recitando orações e debatendo textos religiosos. Mas a ciência vem sendo objeto de uma campanha especial de estímulo iniciada pelo Dalai Lama, que há muito vem advogando a adoção de métodos modernos de educação nos mosteiros e escolas tibetanos no exílio, sem que isso implique em abandonar as tradições tibetanas. A Índia abriga uma população ao menos 120 mil tibetanos, a maior comunidade estrangeira de pessoas oriundas do país.
A ciência pode parecer contraditória com relação aos rituais religiosos tibetanos. A reencarnação de altos sacerdotes tibetanos é identificada por meio de sonhos e augúrios. O Dalai Lama atribui ao oráculo do país a informação que o ajudou a fugir do Tibete em 1959, enquanto as tropas chinesas avançavam contra a capital, Lhasa.
Mas o líder espiritual tibetano considera que ciência e budismo sejam "abordagens investigativas" complementares, ambas "dirigidas ao mesmo grande objetivo, a busca pela verdade", como escreveu o líder religioso em "The Universe in a Single Atom" o universo em um único átomo, seu livro sobre "como a ciência e a espiritualidade podem servir ao mundo". O Dalai Lama enfatiza que a ciência é especialmente importante para os religiosos que estudam a natureza da mente e o relacionamento entre cérebro e mente.
A resistência inicial de alguns monges importantes e o medo de diluição dos estudos tradicionais nos mosteiros se reduziram gradualmente. Agora, o Dalai Lama espera que, com a ajuda da Universidade Emory e de outros programas, a ciência se torne parte de um novo currículo, que incluirá livros científicos em tibetano e tradutores especializados, para resultar em uma geração de líderes religiosos com uma boa fundação de conhecimento científico.
Existem outros motivos para integrar a ciência ao budismo tibetano. Os tibetanos estão registrando o 50° aniversário de seu exílio, este ano, e o retorno à pátria parece continuar improvável. A necessidade de manter a identidade cultural tibetana viva, mas também moderna e relevante, está ganhando urgência à medida que o Dalai Lama, 73, envelhece.
"Caso nos mantenhamos isolados, desapareceremos", disse Lhakdor, diretor da Biblioteca de Obras e Arquivos Tibetanos, em Dharamsala. O Dalai Lama mesmo declarou em muitas ocasiões que o isolamento com relação ao mundo foi um fator que facilitou a queda do Tibete diante da agressão chinesa. Lhakdor também vê semelhanças e não contradições entre a ciência e o budismo. Como no budismo, "a abordagem da ciência em geral se baseia em constatações isentas realizadas por meio de observação, análise e da descoberta da verdade", ele apontou.
Há outros líderes ainda mais francos quanto à necessidade de aprender ciência. "O século 21 já chegou", diz Tenzin Lhadron, uma monja de 34 anos e muito franca, que se inscreveu no curso de ciências deste ano. "Todo mundo é influenciado pela ciência. Nós queremos saber do que se trata".
Ela não conta com qualquer educação formal, a despeito dos 19 anos que dedicou aos estudos do budismo em um monastério em Dharamsala. Para ela, a matemática apresenta séria dificuldade; frações e porcentagens são algo de completamente novo. "Mas vou tentar aprender", ela prometeu.
A Iniciativa Emory de Ciência para o Tibete, que responde pelos cursos que estão sendo realizadas agora, está em seu segundo ano. Ela foi precedida por um programa conhecido como "Ciência para Monges", criado em 2001 com o apoio de Bobby Sager, um filantropo de Boston. A pedido do Dalai Lama, o programa anterior trouxe professores de ciências de diversas universidades norte-americanas para lecionar a monges tibetanos na Índia.
O programa original se desenvolveu e resultou em um plano apoiado pela Universidade Emory com o objetivo de introduzir a ciência nos mosteiros tibetanos da Índia, nos próximos anos, com a ajuda da biblioteca tibetana de Dharamsala.
A iniciativa da Emory resultou em um manual científico bilíngue em inglês e tibetano, produzido por professores da universidade e tradutores vinculados à biblioteca. Conferências de tradução resultaram em um glossário científico que introduziu termos como "eletromagnetismo", "mudança climática" e "clonagem" no idioma tibetano.
O programa original de ciência para monges se transformou em um seminário anual de liderança científica com duas semanas de duração, dirigido a estudantes avançados que desfrutam todos do título "geshe", o equivalente a um doutorado para os religiosos tibetanos. Este ano, o evento culminou com a primeira "feira de ciências" já realizada em Dharamsala, entre os dias 22 e 24 de junho.
Os monges fizeram apresentações sobre ondas sonoras, as origens do universo e a forma pela qual o cérebro trabalha. A Universidade Emory projeta o curso de verão como um programa de cinco anos, com aulas gradativamente mais avançadas, nos anos posteriores, para os novos estudantes.
Um terceiro programa, conhecido como "o encontro entre a ciência e o dharma", desde 2002 envia alunos de pós-graduação de universidades europeias para os mosteiros tibetanos na Índia, onde eles lecionam ciência básica. Quando alguns dos monges se matriculam nos programas científicos mais avançados, eles já passaram por alguns anos de instrução científica.
Tradução: Paulo Migliacci ME
The New York Times

domingo, 12 de julho de 2009

quinta-feira, 25 de junho de 2009

ARVORE DO REFUGIO LINHAGEM KARMA KAGYÜ



O Glorioso Rosário de Ouro da Linhagem Kagyü

Como um rosário sem nenhum elo perdido, a linhagem Kagyü foi transmitida através de uma corrente ininterrupta de mestres e discípulos.
De ambas; a longa transmissao de mestres indianos e a curta transmissao de Tilopa vendo face-a-face a própria iluminação (representada pelo Buda Dorje Chang- Vajradhara), a tradição Kagyudpa foi transmitida com sucesso para os mestres tibetanos. Eles igualmente atingiram a iluminaçao através das práticas da linhagem, e continuaram a transmissão até hoje.



Integrando os caminhos Hinayana, Mahayana e Vajrayana, as práticas Kagyü podem trazer realização ao praticante em uma única vida.

O Mahamudra, conhecido como o Grande Selo ou Grande (Maha) Gesto (mudra), é a meditação que traz a fruição da iluminaçao na prática Kagyü, é o seu mais alto ensinamento.

As Seis Yogas de Naropa, de Niguma e Sukhasiddhi e o cumprimento do tradicional retiro de tres anos, também são práticas da linhagem Kagyü.

As escolas da linhagem Kagyü derivam de duas fontes principais: De Marpa Tchokyi Lodro (1012-1099) – (as Dakpo ou Marpa Kagyü) e de Khyungpo Neldjor (978-1079) (a escola Shangpa Kagyü).
Através do detentor da linhagem conhecido como Dakpo ou Gampopa, as práticas Kadampa de treinamento da mente e o código Vinaya de disciplina monástica foram introduzidos no córpus da linhagem Dakpo Kagyü.

Dzogchen, a Visão Shengtong, o uso de termas (práticas de tesouros revelados) e as práticas da linhagem Shangpa Kagyü também foram integradas mais tarde.

Tara Branca




Tara Branca

Sitatara é associada com a vida longa.

Seu mantra cantado frequentemente pode ser dirigido para uma pessoa em particular sendo mentalizada durante a recitação, ou para beneficiar seres cuja saúde ou energia vital possa sofrer danos ou ameaças.

Além de Tchenrezing, o bodisatwa de compaixão, Tara Branca é uma outra forma de representar a compaixão. É retratada como sendo dotada com sete olhos: olhar nas palmas das mãos, nas solas dos pés, e em sua testa para simbolizar a atividade consciente da mente compassiva.


Benefícios de praticar Sitatara

A prática constante com a motivação correta, aumenta a energia vital, promovendo disposição e bem estar. Entretanto, por se tratar de uma meditação vajrayana, o principal mérito de fazermos esta prática reside na motivação de ajudar os seres sensicentes a se libertarem do sofrimento, praticando a bodichitta, ou mente altruísta, que compreende o sofrimento de todos os seres sencientes, e não apenas o próprio sofrimento.

OM TARE TUTTARE TURE MAMA AYUR PUNYE JÑANA PUSHTIM KURU YE SVAHA

Por exemplo a palavra Ayur quer dizer vida longa, como na medicina vedica de Ayur, ou ayurveda. Punye significa o mérito que resulta de levar uma vida vivida eticamente, e é justamente este mérito que ajuda a manter a vida por muito tempo e feliz. Jñana é sabedoria. Pushtim significa riqueza e abundância. Kuru é uma terra mitica -reino ou paraíso- situada ao norte dos Himalayas, que é descrita como uma terra da vida e da felicidade longas (pode ter sido o repouso do norte, original dos aryans). Mama significa a "mina" ou tesouro, e indica que o praticante gostaria de possuir estas qualidades da vida, do mérito, da sabedoria, da felicidade e da abundância por longos anos. Naturalmente podemos escolher desejar estas qualidades para outra pessoa amada que talvez possa estar doente, ou para outros seres dos seis reinos, como animais, dedicando o mérito da prática para o benefício deles.

Pode se fazer a prática no sentido de homenagear alguém muito querido ou especial, como foi feito recentemente por ocasião do aniversário de 23 anos de Sua Santidade o 17 ° Karmapa (Ogyen Trinley Dorje)

Que todos os seres possam se beneficiar..

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Os Oito Símbolos Auspiciosos










Os Oito Símbolos Auspiciosos


Dois Peixes Dourados

Simboliza a auspiciosidade de todos os seres no estado de destemor, sem perigo de se afundar no oceano dos sofrimentos, e migrando sempre livremente e espontaneamente, como peixes que nadam sem medo nas águas.

Libertados da Roda Cíclica (Samsara) simbólica. Na Tradição Indiana, os dois peixes representam os Rios sagrados Ganges e Yamuna.

Símbolo de sua salvação do sofrimento e vida do Oceano Terreno.

Significa sabedoria perfeita


Parassol Precioso

Simboliza a atividade beneficente de proteger os seres de doenças, forças danosas, obstáculos e coisa similares nesta vida, e todos os tipos de sofrimentos, temporários e duradouros, dos três reinos inferiores, e do reino dos homens e deuses em vidas futuras. Também representa a alegria de uma festa beneficente sob sua sombra fresca.

Significa o respeito universal sentido por seres iluminados.




A Grande Flâmula Circular

A flâmula da vitória simboliza a vitória das atividades do próprio corpo, fala e mente como também dos outros sobre os obstáculos e negatividades.

Flâmula que celebra a vitória completa da Doutrina do Budismo sobre todas as forças danosas e perniciosas; a vitória dos ensinamentos iluminados, conhecimento sobre ignorância, superando todos os obstáculos e conquistando felicidade.

Proclama a superação da ignorância, como resultante da ação de seguir o Dharma



Vaso dos Grandes Tesouros

Simboliza a chuva infinita de vida longa, bem estar e prosperidade e todos os benefícios deste mundo e liberação.

Contém jóias espirituais

Se você despretensiosamente segue o Dharma, você terá vida longa e prosperidade continuamente. Significa inimagináveis bênçãos da presença iluminada e a satisfação dos desejos espirituais e materiais.




Roda Dourada de oito pontas

A Roda Dourada simboliza a auspiciosidade do girar da roda preciosa da doutrina de Buda, tanto nos ensinamentos quanto nas realizações, em todos os reinos e em todos os tempos, capacitando os seres a experienciar a alegria dos feitos e liberação beneficentes.

Seguir o caminho do Dharma (Dharmachakra) a roda gira perpetuamente para propiciar os ensinamentos.

Ao mostrar visão correta, pensamento correto, fala correta, ação correta, vida correta, esforço correto, comprometimento correto e concentração correta despertará todas as suas habilidades.




O Nó Eterno

Simboliza a dependência mutua da doutrina religiosa e dos assuntos seculares. Do mesmo modo que representa a união da sabedoria com o método, a inseparabilidade do vazio e o surgimento dependente na hora do caminho, e finalmente, na hora da iluminação, a completa união da sabedoria com a grande compaixão.

O nó da Existência, significando coincidência auspiciosa ("tendrel") que surge da peça dos fenômenos entrelaçados e é dependente das causas e condições.

Transcendendo a vontade e sabedoria de compaixão lhe trará harmonia e iluminação ilimitados.



Flor de Lótus

Simboliza a completa purificação das contaminações do corpo, fala e mente, e o total desabrochar dos feitos beneficentes numa liberação abençoada.

Emblema da Pureza Original da Mente Iluminada.

Agir na pura compaixão resultará em sua felicidade e iluminação




Corneta de Concha Branca

Simboliza o som melodioso, profundo e de longo alcance dos ensinamentos do Dharma, que por ser apropriado para as naturezas diferentes, predisposições e aspirações dos discípulos, desperta-os do longo repouso da ignorância e os encoraja a conquistar o bem estar de si-mesmos e dos outros.

Proclama a Fama dos Santos e seus ensinamentos iluminados

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Mudras



Os Mudras são posturas feitas com as mãos usadas na Ioga na dança e nas imagens sagradas do Budismo para despertar e harmonizar os centros energéticos do corpo. Usados na iconografia Buddhista e no Vajrayana, cheios de simbolismo e beleza, esses gestos criam uma conxão do praticante com a energia do Buddha que é invocado pela repetição dos mantras. Eles podem ser praticados a qualquer hora, trazendo calma e concentração para sua vida.



Gesto da Suprema Realização e Meditação

O gesto da mão direita simboliza a concessão da suprema realização. O gesto da mão esquerda simboliza meditação. Juntos, eles representam o poder de Buda de conceder realizações supremas e gerais à seus discípulos, enquanto Ele medita no vazio.




Gesto de Girar a Roda do Dharma

O polegar e o dedo indicador da mão direita representam sabedoria e método combinados. Os outros três dedos levantados simbolizam o ensinamento da Doutrina Budista, que leva os seres comuns aos caminhos dos seres das três habilidades. A posição da mão esquerda simboliza os seres das três habilidades, que seguem o caminho combinado do método e sabedoria. Associado ao ensinamento de Buddha Shakyamuni, ao Buddha Maitreya e, às vezes, é utilizado em representações dos Dhyani-Buddhas Vairochana e Amitabha.



Gesto de Girar a Roda do Dharma e Meditação

O gesto da mão direita representa girar a roda do dharma, enquanto que o da mão esquerda simboliza meditação. Os dois juntos simbolizam ensinar o Dharma enquanto se medita no vazio.



Vitarka Mudra

Gesto do Debate

O gesto da explicação; as pontas dos dedos polegar e indicador da mão direita ficam se tocando. (Em uma variante, a mão direita faz o Abhaya-mudra e a mão faz o Varada-mudra.) Associado às explicações do Buddha Shakyamuni e ao Dhyani-Buddha Vairochana.



Varada Mudra

Gesto da Compaixão

O gesto da realização dos desejos; os dedos da mão direita ficam abaixados. Associado à generosidade e à compaixão do Buddha Shakyamuni e ao Dhyani-Buddha Ratnasambhava.



Namaskara Mudra

Gesto da Prece

O Mudra da oração e da saudação. A simples união de suas mãos no centro do peito simboliza a luz do coração que se irradia para a pessoa que está à sua frente e também para o ser divino que você é. Cumprimenta-se a pessoa com esse gesto dizendo a palavra NAMASTÊ, que quer dizer: "O deus que habita em mim saúda o deus que existe em você."



Dhyana Mudra

Gesto da Meditação

O canal nervoso associado com a mente da Iluminação (Bodhichitta) passa pelos polegares. Assim, juntando os dois polegares nesta postura, com a mão direita sobre a esquerda, é de um significado auspicioso para o futuro desenvolvimento da mente de iluminação. Associado à meditação do Buda Shakyamuni e do Dhyani-Buddha Amitabha



Dharmacakra Mudra

Gesto do Ensinamento




Buddhashramana Mudra

Gesto de Além da Miséria. Também chamado o Gesto da Renúncia

O gesto da renúncia, da eliminação do apego.



Bhutadamara Mudra

Gesto de impedir o Mal

O gesto da proteção




Bhumisparsa Mudra

Um chamado à Terra para testemunhar O Gesto da Iluminação

A mão direita com a ponta dos dedos pressionando a terra. A posição da mão esquerda simboliza meditação. Juntas, elas representam a superação de Buda os obstaculos enquanto meditava no vazio. Associado à firmeza inabalável do Buddha Shakyamuni e ao Dhyani-Buddha Akshobhya.





Abhaya Mudra

Gesto do Destemor. Também chamado de O Gesto da Renúncia.

O gesto da proteção; os dedos da mão direita ficam levantados. Associado à benevolência do Buddha Shakyamuni e ao Dhyani-Buddha Amoghasiddhi

terça-feira, 9 de junho de 2009



Sua Santidade o Décimo Sétimo Karmapa, Ogyen Trinley Dorje, e Venerável Khenpo Khenrab Wangchuk

Calendário 2009 / 2136

DIAS AUSPICIOSOS DO ANO DE 2009
"ANO DO BOI DE TERRA - 2136"


FEVEREIRO
25 LOSAR
MARÇO
4 Dia do Buda da Medicina e Dia de Tara
6 Dia de Guru Rinpoche
11 Dia de Buda Amitabha
21 Dia de Dakini
25 Dia de Mahakala
26 Dia de Buda Sakyamuni

ABRIL
3 Dia do Buda da Medicina e Dia de Tara
4 Dia de Guru Rinpoche
9 Dia de Buda Amitabha
19 Dia de Dakini
24 Dia de Mahakala
25 Dia de Buda Sakyamuni
MAIO
2 Dia do Buda da Medicina e Dia de Tara
4 Dia de Guru Rinpoche
8 Vesak
9 Dia de Buda Amitabha
19 Dia de Dakini
30 Nascimento de Buda
31 Dia do Buda da Medicina e Dia de Tara

JUNHO
2 Dia de Guru Rinpoche
7 Dia de Buda Amitabha
Saga Dawa Duchen
18 Dia de Dakini
21 Dia de Mahakala
22 Dia de Buda Sakyamuni
26 Aniversário de Sua Santidade Karmapa
30 Dia do Buda da Medicina e Dia de Tara
JULHO
2 Dia de Guru Rinpoche
6 Aniversário de Sua Santidade Dalai Lama
7 Dia de Buda Amitabha
17 Dia de Dakini
21 Dia de Mahakala
22 Dia de Buda Sakyamuni
29 Dia do Buda da Medicina e Dia de Tara
31 Nascimento de Guru Rinpoche

AGOSTO 5 Dia de Buda Amitabha
15 Dia de Dakini
19 Dia de Mahakala
20 Dia de Buda Sakyamuni
28 Dia do Buda da Medicina e Dia de Tara
30 Dia de Guru Rinpoche
SETEMBRO
14 Dia de Buda Sakyamuni
18 Dia do Buda da Medicina
26 Dia de Guru Rinpoche
28 Dia de Buda Amitabha

OUTUBRO
4 Dia de Buda Amitabha
13 Dia de Dakini
17 Dia de Mahakala
18 Dia de Buda Sakyamuni
26 Dia do Buda da Medicina e Dia de Tara
28 Dia de Guru Rinpoche
NOVEMBRO
2 Dia de Buda Amitabha
11 Dia de Dakini
15 Dia de Mahakala
16 Dia de Buda Sakyamuni
25 Dia do Buda da Medicina e Dia de Tara
27 Dia de Guru Rinpoche

DEZEMBRO
2 Dia de Buda Amitabha
11 Dia de Dakini
15 Dia de Mahakala
16 Dia de Buda Sakyamuni
20 Dia de Tara
24 Dia do Buda da Medicina e Dia de Tara
26 Dia de Guru Rinpoche
31 Dia de Buda Amitabha
JANEIRO 2010
9 Dia de Dakini
14 Dia de Mahakala
15 Dia de Buda Sakyamuni
23 Dia do Buda da Medicina e Dia de Tara
25 Dia de Guru Rinpoche
30 Dia de Buda Amitabha

FEVEREIRO 2010 12 Dia de Dakini
13 Dia de Buda Sakyamuni
14 LOSAR (Ano 2137 – Ano do Tigre de Ferro)



Sojong - dias para purificação de pecados, através da confissão ao mestre espiritual:
Março (25); Abril (9, 24); Maio (15, 23); Junho (7, 22); Julho (7, 21); Agosto (20); Setembro (18); Outubro (3, 18); Novembro (16); Dezembro (1, 16)

Dias não apropriados para colocação de bandeiras de oração:
Março (18); Abril (2, 13, 28); Maio (22, 25); Junho (5, 18); Julho (2, 14, 28); Agosto (10, 24); Setembro (5, 16, 19); Outubro (1, 2, 25, 28); Novembro (9, 23); Dezembro (5, 20)

Em geral, segunda-feira é um bom dia para pendurar bandeiras de oração e sexta-feira é excelente

Padmasambava - Guru Rinpoche



Padmasambava - Guru Rinpoche
por Chagdud Khadro

O Mahaparinirvana-sutra, escritura sagrada que guarda as palavras que Buda proferiu quando estava prestes a morrer, diz o seguinte:

A impermanência é a natureza de todos os fenômenos criados. Como a morte é inevitável, meu momento de passar para o parinirvana chegou. Vocês não devem entristecer-se. Mil e duzentos anos após a minha morte virá um homem, o Nascido do Lótus, do nordeste de Udiana. Será ele quem propagará o caminho do mantra secreto.

Guru Padmasambava é o mestre que foi fundamental em levar a tradição Vajraiana do budismo para o Tibete. Conhecido como “Senhor Nascido no Lótus” e “Precioso Guru”, ele demonstrou incríveis habilidades espirituais para auxiliar os seres a domarem suas mentes. No século VIII, em um Tibete majestoso, porém turbulento, Padmasambava propagou o caminho do Vajraiana para que os praticantes espirituais pudessem superar as emoções aflitivas, a delusão e a desarmonia.

Os ensinamentos de Guru Padmasambava vêm sendo transmitidos de forma pura por meio de métodos que têm mantido a sua essência. Hoje, eles permanecem tão vivos para os praticantes quanto foram há mil e duzentos anos para os praticantes daquela época.

Os métodos específicos de Guru Padmasambava praticados nos centros do Chagdud Gonpa foram estabelecidos por Chagdud Rinpoche, ele próprio uma encarnação (tulku) de um dos 25 principais discípulos de Padmasambava. Com fé e confiança, os alunos de Rinpoche utilizam o esplendor do Vajraiana para explorar os potenciais da mente e para descobrir a sua natureza pura e original.

Mitologia tibetana






FORMAÇÃO DO BUDISMO TIBETANO



A RELIGIÃO BON
A religião Bon é uma seita de xamanismo anímico, um culto panteísta cuja crença é de que todos os sêres vivos possuem alma. Ela prevalecia no Tibet antes da introdução do Budismo no séc. VII. Depois disto o Budismo Tibetano absorveu algumas crenças e rituais do Bonismo, cmo a dependencia no oráculo, astrologia e panteísmo. Por exemplo, as seleções dos Tulkus (reencarnações) começava com um oráclo, astrologia, observações de visões em lagos sagrados, e algumas vezes os serviços de um oráculo-monje eram requisitados. Por outro lado o Bonismo foi modificado para o modelo Budista para se tornar um ramo do Budismo Tibetano, a seita preta.

Estágios do Bonismo

O Bonismo Original

De acordo com a lenda o Bonismo foi criado por Tenpa Sherab, um contemporâneo de Buda, em um país místico conhecido por 'Tag-gzig', em algum lugar em Ali (Alto Shangshung).

O Bonismo acreditava que no início da criação haviam dois ovos, um branco e outro preto. Os dois ovos quebraram - e do ovo branco sairam os deuses, humanos, etc, e do preto saíram os parasitas, os demônios, etc.

O Bonismo Yungdrung

De acordo com a maioria dos Tibetólogos, o emblema Yungdrung (a suástica nazista que é um emblema Budista) foi introduzido no Tibet juntamente com o Budismo no séc. VII.O Bonism Yungdrung adotou este emblema como sua marca e sistematizou as doutrinas que incluíam o caminho para rezar por boa fortuna, medicina, vitória nas guerras, e como arrajar um ritual aprooriado para um funeral, e ainda métodos de mágica para discernir o verdadeiro do falso, e o culpado do inocente.

O Bonismo Jo

O 5º Rei do Tibet, Khri-srong-de-tsan, da dinastia Tubo difundiu o Budismo no Tibet e era o inimigo público do Bonismo. De acordo com alguns livros, isto foi o que causou o colápso da Dinastia Tubo.

Os Budistas Tibetanos, liderados por Padmasambhava, proclamou as Deidades Bonista como as deidades menores do Budismo, adotou as crenças e rituais Bonistas, e permitiu que se comesse carne.

O Desenvolvimento do Budismo no Tibet




Terraço do Mosteiro de Jokhang (ao fundo Palácio de Potala)
Livros sobre a história do Budismo Tibetano tem registrado a seguinte lenda de como o Budismo se espalhou por terras Tibetanas: Em um certo dia no século V, Lhathothori Nyantzan, regente do Reinado de Tubo, estava descansando no topo do Monte Yungbo Lhakang. De repente ele se deparou com vários Tesouros Budistas caidos do céu. Enquanto o Rei Tubo não tinha a menor idéia do que era aquilo, uma voz misteriosa lhe informou que o 6º Tsampo (Rei) do Reino de Tubo saberia como usar aqueles objetos.

De acordo com as tradições o Budismo chegou a Tibet por volta de 630 sob o reinado de Songtsan Gambo, o Rei Tubo do século VII, que se esforçou para estabelecer laços de amizade com os países vizinhos para fortalecer a economia e aprender culturas avançadas. Neste processo ele se casou com a Princesa Bhrikuti Devi do Nepal e a Princesa Wencheng da Dinastia Tang da China (618-907). Cada Princesa viajou para o Tibet com uma estátua de Buda, e uma vez lá se empenharam para construir os Mosteiros de Jokhang e Ramoge em Lhasa. Artesãos que acompanharam a Princesa se envolveram na construção dos mosteiros, e monges Budistas por sua vez começaram a traduzir as escrituras Budistas. Assim o Budismo se espalhou no Tibet a partir das regiões do Nepal e Han.

O Tibet se viu envolvido por uma luta de poder por mais de meio século resultando a morte de Songtsan Gambo. O Budismo falhou em florecer até que Tride Zhotsan, o bisneto de Songtsan Gambo, tomou o poder. Em 710, Tride Zhotsan pediu a mão e eventualmente se casou com a Princesa Jincheng da Dinastia Tang. A noiva mudou a estátua de Buda que a Princesa Wencheng havia trazido para o Tibet, para o Mosteiro de Jokhang. Enquanto isto, ela arranjou que monges que a acompanharam do Reino de Tubo que assumissem o mosteiro e as atividades religiosas. Ela se empenhou arduamente e finalmente conseguiu persuadir a corte de Tubo a aceitar os monges das regiões do Oeste e construiu vários mosteiros para acolhê-los. A situação se tornou instável com a resistência de seguidores da religião BON que fizeram de tudo (com assassinatos e retaliações) para obstruir a avanço do Budismo até o entronamento de Trisong Detsen, filho de Tride Zhotsan, em 775.

Trisong Detsan se apoiou no Budismo e como parte de seu esforço convidou Santarakshita e Padmasambhava, famosos monges da Índia e Kashmir, para pragar as Leis do Budismo iniciando-se a construção do Mosteiro de Samye em 799. Rasparam a cabeça de sete crianças nobres, e assim este mosteiro se tornou o primeiro mosteiro Tibetano a tosar os monges se tornando uma prática no sistema do Budismo Tibetano.

Trisong Detsen reuniu um número de eminentes mestres Budistas da China e Índia numa reunião importante conhecida com o Conselho de Lhasa e enviou missionários à China para convidar monges a lecionar no Tibet. Mahayana foi um deles e ficou 11 anos no Tibet lecionando sobre Budismo e completando nove Livros sobre o Budismo.

Os reis Tubo das Dinastias seguintes fizeram o máximo para promover o Budismo construindo mosteiros e financiando a tradução de Sutras Budistas. Ao mesmo tempo, eles garantiram aos monges uma receita real e até os encorajou a se envolverem nos assuntos políticos para desencorajar o ministros que apoiavam a religião BON, que em represália arranjaram o assassinato de Tritsong Detsen em 842. E seu irmão Lang Dharma, que reinou de 838 a 842, se tornou o novo Rei Tubo que adotou uma política de supressão do Budismo na região. Ruindo um vasto império e, por mais de 150 anos, revertendo-se barbarismo, desordem e ignorancia, sendo as atividades religiosas, culturais e literárias reduzidas a zero.

No iníco do Século X foi instaurada uma sociedade feudal no Tibet com cada um do ministros Tubo ocupando o território e assumindo o poder. Eles se empenharam em promover o Budismo para fortalecer os seus próprios reinados. E asim o Budismo foi reavivado no Tibet, entretanto o Budismo, na forma e conteúdo, diferia em mutio do Budismo Tubo. A velha luta entre o Budismo e a religião BON resultou que cada uma absorveu os pontos fortes da outra fazendo com que o Budismo emergisse e entrasse em um estágio de rápido desenvolvimento. Mas ainda graças aos esforços de um Rei Guge que se tornou um monge adotando o nome de Yeshe-Ö, "a Luz do Conhecimento", que temendo a dissonância com os ensinamentos ortodoxicos, enviou algumas pessoas para estudar na Índia. Entre elas estava Rinchen Zangpo (958-1055) que se tornou um famoso tradutor dos textos sagrados para o Tibetano e fundador de vários templos e mosteiros. Yeshe-Ö foi também o responsável pelo convite ao Tibet do grande Padita Indiano Atisha (982-1055) que depois de uma série de recusas finalmente chega ao Tibet em 1042, instruindo um grande número de discípulos até a sua morte doze anos depois.

Os ensinamentos de Atisha tinha o objetivo de trazer a seus discípulos uma combinação harmoniosa de disciplina monástica, prática de rituais e desenvolvimento intelectual. E seu melhor discípulo foi Gyalwai Chungne, mais conhecido como Drom Tonpa (1004-1064) fundador do Mosteiro de Reting ao norte de Lhasa.





Mosteiro de Samye




Atisha (982-1055)

AS SEITAS

Depois do século XI o Budismo floreceu com toda força. O Tibet tendo perdido a sua unidade política e força militar, se viu fragmentado em numerosos e pequenos territórios independentes, continuamente lutando entre si, favorecendo assim o crescimento da influência religiosa sobre a população. E foi durante este período que o Budismo Tibetano se diversificou em um número de seitas incluindo a Nyingma, Gatang, Sagya, Gagyu, Zhigyed, Gyoyul, Gyonang, Kodrag and Xalhu. As últimas cinco eram realmente muito fracas lhes faltando um suporte político. Elas foram forçadas a juntar forças ou acabaram sendo anexadas por outras seitas. As seguintes cinco seitas ganharam uma popularidade expressiva:

Nyingma
A Escola Nyingma , a mais antigas das quatro tradições Tibetanas, tem as suas raízes nos ensinamentos do Mestre do Século VIII AD, Padmasambhava, que viajou da Índia para o Tibet. Fundada no século XI é também conhecida como a Seita Vermelha sendo a mais antiga do Budismo Tibetano. Esta seita deu grande atenção para absorver alguns pontos da religião BON, e ao mesmo tempo, se empenhou para procura os sutras Budistas que o rei Dharma havia escondido com o objetivo de suprimir o Budismo. Baseda na prática do Budismo profundamente enraizado no Reinado Tubo do século VIII, a seita se denominou Nyingma que significa anciã ou antiga na lingua Tibetana. Os monges da Seita Nyingma usavam chapéus vermelhos daí sendo chamada de SEITA VERMELHA. Eles advogavam o estudo do Tantrismo.

Gatang
Fundada em 1056, se ocupava com o estudo de ensinamentos exotéricos, com enfase no Tatrismo. Na lingua Tibetana Ga se refere aos ensinamentos de Buda; e tang significa instrução. A combinação Gatang logo se refere em orientar o povo a aceitar o Budismo baseado nos ensinamentos de Buda Suas doutrinas foram promovidas amplamente e exerce uma grande influência em várias outras seitas do Budismo Tibetano.Entretanto com o surgimento da Seita Gelug no século XV, a seita Gatang dissolveu seus monges e mosteiros e se uniu à seita Gelug.

Sakya
Mosteiro Sakya
Sagya significa "terra branca"na lingua Tibetana. A Seita Sakya, fundada em 1703, derivou o seu nome do fato de seu mais famoso mosteiro, o Mosteiro Sakya, ser de cor branca acinzentada. Ao redor dos mosteiros Sakya são pintados com tiras nas cores vermelha, branca e preta, simbolizando respectivamente a Sabedoria de Buda, a Deusa da Compaixão e a mão Adamantina de Buda. Assim a Seita também é conhecida como a Seita das Tiras.


Kagyu
S. S. o 17º Gyalwa Karmapa, Ogyan Drodul Trinley Dorje.
A Escola Kagyu, outra das quatro maiores tradições Tibetanas foi fundada no Século XI AD pelo educador e tradutor Tibetano Marpa. Marpa viajou três vezes sobre os Himalaias para a Índia, onde ele passou duas décadas estudando as escolas do pensamento Indiano. A Escola Kagyu tem se desenvolvido através dos séculos principalmente da linhagem dos KARMAPAS, conhecida como a linhagem Karma Kagyu , que começou com o Karmapa Dusum Khyenpa (1110-1193) e é representado hoje por Sua Santidade o 17º Gyalwa Karmapa, Ogyan Drodul Trinley Dorje.
Fundada no século XI evidencia o estudo do Tantrismo e prega que os princípios Tantricos sejam passados oralmente de geração a geração. Gagyu na lingua Tibetana significa "passada oralmente" . Marba e Milha Riba, os fundadores da Seita Kagyu, usavam mantos brancos quando praticavam o Budismo, daí o nome de Seita Branca. No primordios a Seita Branca era dividida em Xangba Kagyu que se extinguiu no século XIV, e Tabo Kagyu. Esta última era poderosa e se tornou dominante.

Os ensinamentos das Escolas Nyingma e Kagyu são famosos pela riqueza de seus interêsses nos campos da filosofia da mente e a ciência da meditação, e são únicas em suas abordagens pragmática sem aplicar esses campos do conhecimento numa grande variedade de aspectos da vida cotidiana.

Os educadores Nyingma e Kagyu, como Longchenpa e Mipham na tradição Nyingma e cada um dos sucessivos Karmapas na tradição Kagyu, escreveram muitos trabalhos extraordinários. Estes trabalhos literários não só fazem parte da educação tradicional Tibetana como também são relevantes para os educadores contemporâneos de todo o mundo.

Gelug
Guru Rinpoche
Foi a mais famosa seita na história do Budismo Tibetano fundada em 1409 durante a reforma do Budismo iniciada por Tsongkhapa. O próprio Tsongkhapa nasceu numa época quando Pagmo Zhuba restabeleceu o Regime Sakya no poder. Naquela época, a classe superior dos monges se envolveu num luta por poder econômimico e políotico leando uma vida decadente e repidamente foram perdendo a popularidade. Tsongkhapa se esforço para que os Budistas seguissem novamente os princípios de Buda, e começou a fazer viagens dando palestras e escreveu muitos livros pedindo por uma reforma no Budismo. Por exemplo, no primeiro mes de 1409 do calendário Tibetano, Tsongkhapa iniciou a Cerimonia da Grande Convocação no Mosteiro de Jokhang em Lhasa. A cerimonia é praticada até hoje. Ocorreu também a construção do Mosteiro Gandain e a fundação da Seita Gelup que era famosa por sua adesão extrita aos mandamentos. A palavra Gelup significa na língua Tibetana, "mandamentos". Tsongkhapa e seus seguidores usavam um chapéu amarelo, daí o nome de Seita Amarela. Desde a sua fundação, a seita constriu os mosteiros de Zhaibung, Sera, Tashilhungpo, Tare, Labrang, que se juntaram ao mosteiro de Gandain Monastery para forma os seris maiores mosteiros da Seita Gelug. A Seita Amarela é também conhecida pela formação dos dois maiores sistema de reencarnação dos Budas Vivos - O Dalai e o Panchen